quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Paralimpíada de Tóquio começa em meio a crise crescente de Covid

 Os organizadores admitiram que o evento será realizado em circunstâncias "muito difíceis"

Os Jogos Paralímpicos começaram em Tóquio na terça-feira (24) no momento em que o Japão enfrenta seu pior surto de Covid-19 até o momento, com um recorde de casos diários e um sistema médico sobrecarregado.

Na semana passada, os organizadores admitiram que a Paralimpíada será realizada em circunstâncias "muito difíceis" – a situação de saúde do país piorou desde que a Olimpíada terminou no dia 8 de agosto, e os hospitais da cidade-sede estão lotados.

O governo do Japão e o governo metropolitano de Tóquio apelaram na segunda-feira aos hospitais da capital para que aceitem mais pacientes de Covid-19, já que as infecções crescentes tornam cada vez mais difícil ter acesso a cuidados.

"Estou um pouco preocupado com a realização dos Jogos Paralímpicos. Ainda assim, espero que os atletas façam seu melhor", disse Chika Sasagawa, funcionário de escritório de 52 anos.

Embora o número de atletas e autoridades estrangeiros seja menos de um terço em relação à Olimpíada, o Japão relatou mais de 25 mil casos diários em três dias da semana passada, bem mais do que os 15 mil vistos ao final daquele evento no início deste mês.

Os organizadores da Paralimpíada, que acontecerá até 5 de setembro, dizem que planejam adotar os mesmos protocolos contra a Covid-19, ou "manual", que foram usados durante a Olimpíada.

Exames frequentes e outras restrições, como limitar a circulação de atletas e autoridades, mostraram-se eficazes para minimizar os riscos de infecção durante os Jogos, acrescentaram.

Como a Olimpíada, a Paralimpíada também transcorrerá essencialmente sem espectadores, e os organizadores pedem que os dirigentes dos Jogos evitem comer fora ou beber em grupos.

Os organizadores olímpicos relataram 404 infecções relacionadas ao evento. Eles realizaram cerca de 600 mil exames com uma taxa de infecção de 0,02%.

O Japão prorrogou as medidas emergenciais contra a Covid-19 na capital e em outras regiões para o período da Paralimpíada.

Cerca de 88% dos milhares de atletas e autoridades foram vacinados, disse o porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Craig Spence, mas vários voluntários locais ainda precisam ser totalmente imunizados.

"Comparando com a Olimpíada, as infecções de Covid se disseminam mais agora. Tenho muitos receios, mas acredito que o Japão, como país-sede, está fazendo todos os esforços para que os atletas possam competir em segurança nos Jogos", disse Kana Matsuyama, moradora de Tóquio de 45 anos.

Brasil
Os medalhistas paralímpicos Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Evelyn Oliveira, da bocha, foram os porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura.

Também participaram do desfile pela delegação brasileira a técnica da classe BC4 da bocha e staff da atleta Evelyn, Ana Carolina Alves, e o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Alberto Martins.

Com direito a “dancinha” de Petrúcio e muita alegria de Evelyn, o Brasil foi o 116º país a desfilar na cerimônia, logo em seguida das Ilhas Faroe, já que a ordem do desfile dos países foi baseada no alfabeto japonês. 

"Neste momento, estou emocionado. Já chorei muito, mas foi um choro de alegria. Estar aqui, representando os atletas brasileiros, me deixa muito feliz. Gostaria que todos os outros atletas estivessem aqui, pulando e dançando, pois os brasileiros são os melhores do mundo. Obrigado, Brasil!", disse Petrúcio, em entrevista ao Sportv, logo após o desfile.

"Estou muito feliz por estar aqui. É uma honra poder representar o esporte paralímpico e todos os atletas brasileiros. Muito obrigado, Brasil", comemorou, Evelyn.

Segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), serão 162 países, incluindo a Equipe Paralímpica de Refugiados, que participarão dos Jogos de Tóquio.

No total, foram cerca de 6 mil atletas e integrantes de comissões técnicas que participaram da solenidade, além de 900 pessoas entre patrocinadores e convidados de honra. Também 3,5 mil jornalistas estiveram envolvidos na cobertura do evento.

A seleção brasileira masculina de goalball será a primeira a estrear pelo país. Joga contra a Lituânia na manhã desta quarta-feira.

A natação, segunda modalidade com o maior número de representantes, estreia no primeiro dia oficial de competições do evento com grandes nomes na piscina do Centro Aquático de Tóquio como o multimedalhista Daniel Dias (classe S5), Carol Santiago (S12) e Phelipe Rodrigues (S10).

Em seu planejamento estratégico, o CPB estabeleceu como meta se manter entre as dez principais potências do planeta nos Jogos Paralímpicos.
Fonte: Alternativa com Reuters

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